31
ago Na abertura do 17º CIAED, especialistas discutem desafios da educação a distância
Em seu pronunciamento, o diretor executivo do FGV Online falou sobre as carências da malha de telecomunicações do Brasil e sobre a dificuldade de se levar a EAD a regiões mais distantes do país.
Os desafios do alcance da educação a distância deram a tônica da abertura do 17º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, que acontece na cidade de Manaus (AM). A mesa de abertura do evento, liderada pelo presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Fredric Litto, contou com a participação do diretor executivo do FGV Online, Stavros Xanthopoylos, e do diretor de regulação e supervisão em EAD do MEC, Hélio Chaves Filho, além de representantes da Secretaria Municipal de Educação de Manaus, da Secretaria Estadual de Educação do Amazonas, SEBRAE Nacional, Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), SESI/Sesi e do Colégio Militar de Manaus.
O presidente da ABED deu as boas vindas aos participantes e relembrou a história de quase duas décadas do Congresso. Litto falou ainda sobre o crescimento da aceitação à EAD no mundo e citou a iniciativa da Universidade de Stanford, que recentemente disponibilizou um curso gratuito, a distância, em Inteligência Artificial. Em duas semanas, o curso teve mais de 150 mil inscritos. "Esse é um sinal de que, cada vez mais, as grandes instituições estão buscando investir em EAD", comemorou.
Em seu pronunciamento, o diretor executivo do FGV Online falou sobre as carências da malha de telecomunicações do Brasil e sobre a dificuldade de se levar a EAD a regiões mais distantes do país. Stavros apontou que a EAD vive um novo momento, que pede uma união cada vez maior entre tecnologia e pedagogia e entre iniciativas públicas e privadas. "A EAD vem tomando proporções que indicam uma nova era para a aprendizagem e o compartilhamento de informações e conhecimento", apontou.
Hélio Chaves Filho reforçou a necessidade de constante evolução dos processos de educação a distância. "Precisamos ser sempre os guardiões da inovação, sem perder as marcas que caracterizam nossa cultura".
O 17º CIAED continua hoje (31/08) com palestras e apresentações de trabalhos científicos de instituições de ensino nacionais e internacionais. O Congresso termina na próxima sexta-feira (02/09).
17
ago Ensino a distância contorna falta de tempo e agrega na carreira profissional
De um lado as empresas querem profissionais qualificados. De outro, os profissionais precisam trabalhar e nem sempre possuem tempo suficiente para se deslocar.
SÃO PAULO - De um lado as empresas querem profissionais qualificados, que possuam no currículo cursos de extensão, especialização e pós-graduação. De outro, os profissionais precisam trabalhar e nem sempre possuem tempo suficiente para se deslocar até as escolas enfrentando, por exemplo, o trânsito intenso das grandes capitais.
Juntando a necessidade de estudar com as dificuldades em frequentar os centros de ensino, uma das respostas que surge é a modalidade de ensino EAD (Ensino a Distância). No entanto, mesmo se apresentando como uma opção para enfrentar os problemas inerentes às sociedades dinâmicas, ainda existem dúvidas e insegurança quando o assunto é novas formas de ensino, em especial, o realizado de forma não presencial.
Segundo a associada e colaboradora da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), professora Consuelo Fernandes, "a insegurança que a sociedade ainda tem frente aos cursos a distância reflete a nossa própria história, que é uma história de ensino presencial. Muitos ainda têm a ideia de que só é possível aprender se alguém - um professor - estiver controlando e ensinando o aluno diretamente".
É possível perceber, portanto, que o receio está mais ligado à dificuldade da sociedade em aceitar os avanços tecnológicos do que com a real eficácia do modelo. Mesmo assim, os benefícios já estão sendo confirmados, as vantagens são claramente perceptíveis e quem tiver vontade e disposição a sugestão é que se invista, sim, no ensino a distância.
Cursos internacionais
Um dos fatores que contribui para o avanço do ensino a distância e ajuda a sociedade a confiar cada vez mais na modalidade é o fato das escolas tradicionais já ofertarem esse tipo de curso. Universidades federais e privadas, como a FGV (Fundação Getulio Vargas) e a PUC, por exemplo, já aderiram ao EAD.
Consuelo ainda vai mais longe. Além de grandes centros de ensino no Brasil, os interessados podem, sem sair de casa, realizar cursos em universidades renomadas no mundo todo. MIT (Massachusetts Institute of Technology), Harvard, universidades na Espanha, França, Inglaterra, entre outras, também oferecem esse tipo de curso.
Nos cursos internacionais, o interessado deverá passar por um processo seletivo, que usualmente avalia o nível de proficiência na língua que o curso será ministrado, normalmente o inglês, e análise do currículo. Ainda, será preciso realizar, ao longo do curso, cerca de duas viagens para concluir os estudos, isso nos casos de graduação e pós-graduação; os cursos livres já não são tão exigentes. No Brasil, as exigências são parecidas.
A visão das empresas
Caso tenha realizado um curso a distância e esteja se perguntando se deve ou não colocar essa informação no currículo, de acordo com o gerente de relacionamento da FocoTalentos, Gustavo Nascimento, a sugestão é que adicione, sim, essa informação. "É importante que o candidato já inicie sua relação com o empregador da forma mais clara e transparente possível. As empresas não fazem diferenciação entre aqueles que realizaram cursos a distância ou presenciais", pondera Nascimento.
De fato, quando o curso que se pretende fazer é uma graduação, pode ser mais interessante optar pela modalidade presencial, devido a outros motivos que vão além do simples aprendizado. No entanto, com relação aos cursos de extensão, especialização e pós-graduação, que são foco do público mais experiente e maduro, optar pela modalidade a distância é favorável.
Nascimento ainda observa que, no máximo, o candidato será questionado, durante o processo seletivo, sobre as razões que o levaram a optar pelos cursos não presenciais. Frisar seu interesse em desenvolver sua carreira e aumentar seus conhecimentos é sempre recomendado.
Principais cuidados
Quando o profissional entende os benefícios e decide ingressar em um dos diversos cursos a distância é importante prestar atenção em alguns fatores. Em primeiro lugar, em casos de cursos de graduação e pós-graduação (Lato Sensu), é importante verificar junto ao MEC se o curso está autorizado. A pesquisa é simples e pode ser feita no próprio site do ministério.
Nenhum curso a distância, reconhecido pelo MEC, é 100% não presencial. Será preciso que o aluno se desloque, em determinados momentos do curso, até a instituição de ensino, seja para realizar provas ou apenas para se reunir com o professor e com o grupo. O MEC também exige que, para uma escola oferecer um curso a distância, ela deve obrigatoriamente já ofertar esse mesmo curso na modalidade presencial.
Outra recomendação antes de se matricular é optar por escolas renomadas, que possuem certa tradição no mercado. Caso o interessado fique na dúvida quanto à real integridade do curso, a sugestão é entrar em contato com pessoas que já finalizaram o curso em questão. Também é interessante se certificar que existe uma proposta de interatividade, ou seja, se o aluno poderá conversar com o professor, tirar dúvidas e entrar em contato com o grupo.
Para não perder tempo e garantir que o dinheiro será bem investido, esqueça a lógica de que cursos a distância devem ser de baixíssimo custo. Manter professores, estruturar projetos pedagógicos eficientes e úteis, que realmente vão ajudar no desenvolvimento da sua carreira, não é uma tarefa barata. Apesar de não haver todo o aparato físico, como no caso dos cursos presenciais, um ensino a distância eficiente requer muitas ferramentas que não são baratas, a exemplo de softwares e o demais aparatos tecnológicos. Portanto, é preciso ter cuidado com cursos muito baratos.
Educação a distância corporativa
Os profissionais estão observando que as empresas já vêm investindo cada vez mais no sentido de oferecer cursos a distância aos seus colaboradores. Um caso que é possível citar como exemplo é o da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), conforme comenta a gerente de projetos especiais da Dtcom, empresa focada em educação e comunicação corporativa, Luciana Precaro.
Visando aumentar a comunicação entre os colaboradores, reduzir custos com viagens e aumentar o número de programas de treinamento e desenvolvimento alinhado às estratégias empresariais, a Fenabrave adquiriu programas via satélite oferecidos pela Dtcom. "Com os cursos a distância é possível fazer com que todos os colaboradores possam ter contato com as práticas dos melhores profissionais", comenta Luciana.
Luciana ainda ressalta que as avaliações mostraram que os profissionais se mostram motivados quando assunto é treinamento a distância, pois percebem que está sendo feito um investimento para o desenvolvimento de suas carreiras.
17
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